Ferramentas de acessibilidade para PC e Mac

Acessibilidade é um direito também no mundo digital. Popularmente diz-se que só damos atenção a problemas alheios quando eles passam a nos afetar também. Seja isso verdade ou não, é fato que a Acessibilidade – termo genérico para designar práticas ou opções que facilitem o uso de um produto, serviço ou ambiente para todas pessoas – é uma preocupação crescente
em diversos planos da sociedade. Exemplos simples incluem rampas para cadeirantes ou ainda calçadas diferenciadas para facilitar o tráfego de deficientes
visuais.

Nesse processo, desenvolvedores de software não ficam para trás, e em todo o mundo cada vez mais se preocupam em como tornar seus eletrônicos, computadores
e similares acessíveis para todos. Por mais que em alguns casos o lado do hardware seja necessário também, o grande desafio está no software.Em computadores,
a Acessiblidade idealmente deve levar em conta necessidades especiais Cognitivas (incluindo autismo, dislexia e déficit de atenção), Visuais (Baixa visão,
cegueira parcial ou completa, daltonismo), Auditivas (perda de audição ou surdez) e Motoras (paralisias, paralisia cerebral, síndrome do túnel do carpo,
lesão por movimento repetitivo).

A maneira que os computadores são adaptados para tais necessidades variam amplamente, mas hoje já não há uma dependência de software externos em muitos
casos. Sistemas operacionais já incluem suas próprias alternativas para portadores de necessidades especiais. O grande problema é que nem todo mundo acaba
conhecendo esses esforços, o que só aumenta um certo preconceito em torno das tecnologias. A Microsoft e a Apple tem se mostrado preocupadas com essa situação,
incluindo cada vez mais melhorias em seus sistemas. Confira abaixo o que o Windows e o Mac OS podem fazer:

Windows

Talvez por ser mais facilmente encontrado, além de ser sinônimo de “computador” para muitos usuários, o Windows é o que tem as ferramentas mais conhecidas
pelo público em geral.

Em suas últimas versões, as ferramentas de acessibilidade foram reunidas no Ease of Access Center (Centro de Facilidade de Acesso), dentro do Painel de
Controle. Dentro dele, qualquer usuário pode encontrar facilmente as principais ferramentas de Acessibilidade, assim como dicas e recomendações para um
computador mais acessível.

Para a visão, a boa e velha Lupa (Magnifier), opção já antiga no sistema, permite ampliar parte da tela em até 16 vezes. Caso o usuário não queira depender
da janela extra, outra opção é aumentar os textos (assim como ícones) dentro das configurações de aparência. Remover animações e imagens de fundo tende
a ajudar aqueles com baixa visão, assim como adaptar cores de janelas e elementos de acordo com o que melhor se adaptar ao usuário, principalmente para
daltônicos. Ainda em cor, o Windows conta com uma opção para tema de Alto Contraste para facilitar a leitura. Da mesma maneira, configurações de tamanho
e cor do cursor são recomendadas.

Uma opção, que geralmente vem aliada a outras soluções, é o abandono completo da necessidade de um monitor. Como o Windows conta com um leitor nativo (Narrator),
o usuário pode simplesmente ouvir em voz alta o texto que surge na tela, com direito a opções para descrições mais específicas e apresentação de caixas
de diálogo. Vale lembrar, o Windows é compatível com Braille, porém não possui software nativo.

Já entrando nas áreas Cognitiva e Motora, há a possibilidade de utilizar o computador sem um teclado, tanto pelo uso de um teclado virtual, quanto pelo
Reconhecimento de Voz. A última, além de todos os usos tradicionais do teclado em um computador, permite também comandos de voz para navegação. Com o WIndows
7, agora existe também a compatibilidade com telas sensíveis ao toque pelo Windows Touch, dispensando o mouse e, com o caso do teclado virtual, até ele,
se necessário.

Se o teclado não puder ser completamente excluído, opções incluem facilitar seu uso por combinações de teclas, assim como outras configurações como ignorar
teclas pressionadas acidentalmente. Da mesma maneira, o teclado pode substituir o mouse para navegação, em certos casos.
Finalmente, na área Auditiva, além de alguns itens da área Visual que são aplicáveis, há a possibilidade de substituir completamente todos sons e avisos
do sistema por alertas visuais, assim como uma facilidade nativa com legendas multimídia. Para comunicação, podemos citar o Windows Live Messenger, hoje
já padrão para comunicação mundialmente.

Mac OS

Entrando no território da maça, as coisas são surpreendentemente parecidas. Se o Windows tem seu Centro de Facilidade de Acesso, o Mac OS conta com sua
área de Acesso Universal, dentro de Preferências do Sistema.

Área de acesso universal como ela aparece na tela do computador, com a configurção de zoom, por exemplo.
Na área Visual, temos a opção de Zoom, configurável e podendo facilmente ser acessada a qualquer hora por atalhos. Elementos visuais também são amplamente
personalizáveis, incluindo tamanhos de ícones, barra inferior, etiquetas com cores, tamanhos de fonte em todos os aspectos, entre outros. É facil de concluir
que o Cursor não fica de fora em qualquer uma das opções.

Um aspecto que não existe no Windows por si só é a complexidade de ajustes de tela possíveis. Além de amplas mudanças possíveis de contraste, alteração
de cores, negativação, é possível tirar completamente as cores da tela, incluindo preto e branco ou tons de cinza.
Outro aspecto exclusivo é o Cover Flow, que estreou com o Mac OS X Leopard. Com ele, é possível visualizar em tamanho grande o conteúdo de uma pasta, facilitando
a navegação e visualização de arquivos.

Para narração de texto na tela, os usuários podem contar com o VoiceOver, mais conhecido pela simpática voz sintetizada Alex, que supostamente consegue
simular diversas nuances vocais humanas. O fato é que aqui a personalização vai muito além da interface nativa do Windows, comparativamente. Para aqueles
que não quiserem o VoiceOver em tempo integral, outras opções incluem também vocalizar textos selecionados, assim como leitura automática de horário baseando-se
em um período pré-determinado.

O Reconhecimento de Voz, pela opção Speakable Items, é uma alternativa para navegação no Mac. Infelizmente, no caso de redação de textos, o usuário necessitaria
do software externo Dictate, da MacSpeech.

Como no PC, o teclado pode ser completamente abandonado em favor do Visualizador de Teclado, uma opção virtual para digitação com mouse ou dispositivos
similares. Outro ponto aqui é a facilidade natural do Mac para adaptação com tablets e similares, por meio de seu Inkwell, ferramenta de reconhecimento
de escrita que permite a troca da digitação pela escrita à mão.

Por outro lado, é possível centralizar a navegação no teclado, assim como aprimorar seu uso por opções à prova de digitação acidental (Teclas Lentas), assim
como alteração de intervalo e taxa de repetição de teclas. Aliado a todas essas opções para mouse e teclado, temos o Automator, que permite a programação
de séries de ações, permitindo assim que um usuário execute tarefas rotineiras automaticamente, poupando trabalho e tempo de execução.

Finalmente, para Audição, o Mac OS oferece o Closed Captioning, ferramenta para legendas multimídia, assim como opções para Alertas Visuais. Para comunicação,
o iChat reúne diversos sitemas de chat, incluindo suporte a AIM, GoogleTalk e outros, incluindo várias funções próprias.

Vale lembrar, para a Apple o conceito de Acessibilidade vai um pouco além do molde tradicional, abrangindo também uma série de dicionários e thesaurus integrados,
incluindo, por exemplo, língua japonesa, assim como verificação ortográfica e gramática.

Fonte: POP News

Autor: Léo Filho

O internacionalista e advogado Léo Filho tem se dedicado a causa das pessoas com deficiência, atuando na divulgação e defesa de seus direitos. Enxerga na tecnologia uma grande aliada para a construção de um mundo mais acessível, de uma sociedade em sintonia com o ideal da inclusão.

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