Evento do MPF aponta necessidade de avanços em prol de livros acessíves

Nesta Bienal do Livro 2015, o Ministério Público Federal (MPF) pôs lado a lado representantes de editoras, governo e sociedade civil para refletirem juntos sobre soluções para atender a um grupo de leitores que tem sido preterido no mercado editorial brasileiro: as pessoas com deficiência. O debate Livros com acessibilidade: direito à leitura e pessoas com deficiência, ocorrido na noite de 4ª feira (09/09), permitiu uma troca de ideias inédita entre especialistas, avaliada por alguns debatedores como um evento histórico para a efetivação do direito de todos à leitura. A iniciativa partiu do grupo de trabalho “Inclusão de pessoas com deficiência” da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC/MPF), que garantiu um evento acessível, por dispor de intérprete de Libras e audiodescrição.

O procurador federal dos direitos do cidadão, Aurélio Rios, abriu o debate saudando o público e comentando a importância da leitura acessível para o país. Ao longo do evento, foi mencionado que há cerca de 9 milhões de brasileiros com deficiência auditiva e 6,5 milhões com deficiência visual, que formam um grande mercado consumidor em busca de formatos acessíveis em meio físico e, principalmente, em meio digital. Representante deste grupo, o assessor da PFDC Leonardo Moraes lamentou a distância entre a lei e o cotidiano dos leitores com deficiência. Ele destacou problemas como a percepção oficial de que bastaria garantir a gratuidade do livro – o que, segundo ele, estigmatiza esse público – e editar livros em braille. “O deficiente visual depende de uma instituição que decide o que vai ser lido por ele”, disse Moraes ao questionar a intermediação assistencialista na produção do livro em braille. “É preciso discutir a inclusão de fato, respeitando a autonomia da pessoa com deficiência”, concluiu.
A Lei de Inclusão, sancionada em julho, foi vista pela procuradora regional da República Eugênia Gonzaga como um marco para favorecer mudanças em práticas das editoras e governos. “É possível garantir acessibilidade respeitando direitos autorais e achamos que falta pouco para isso”, afirmou. Fernando Braga, especialista do Ministério da Cultura (MinC) atuante na Diretoria de Livro, Leitura e Biblioteca, citou projetos-pilotos governamentais como tornar acessível uma dezena de bibliotecas – ampliando depois essa rede e fazendo-a modelo para outros níveis de governo. Ele admitiu as dificuldades em ampliar os acervos de livros acessíveis e se dispôs a aumentar o diálogo do MinC com as instituições engajadas nessa causa.
O advogado Gustavo Martins, do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), também disse haver interesse das editoras em efetivar a acessibilidade. Ele notou que a solução teria componentes político, tecnológico e de oportunidade de negócio, mas se mostrou otimista. “Buscamos uma solução convergente para continuar a exercer o papel de canal entre autor e leitor”, disse Martins, que depois comentou que esse “justo reclamo” é frequente em feiras de livros também no exterior. O titular da PFDC, Aurélio Rios, completou que há mais opções para livros acessíveis do que antes: “Sabemos que há novas tecnologias para baratear esses custos. Há leis muito boas, mas a prática é diferente.”
Após os representantes do governo e das editoras, tiveram a palavra o psicólogo Naziberto Lopes, do Movimento pelo Livro e Leitura Acessível (Molla), e a jornalista Claudia Werneck, da ONG Escola de Gente. Cego desde os 24 anos, Lopes citou ter ganhado uma ação contra três editoras que negavam livros digitais acessíveis. O processo tramitou por dez anos, chegando até o Supremo Tribunal Federal em virtude de recursos. “Gastei muito dinheiro e tempo para ter o direito de comprar um livro de R$ 26”, lamentou. “Se o governo federal exigir que livro seja acessível para dar ISBN, a editora faria na hora porque precisa dessa numeração.” Em seguida, Claudia Werneck expôs o projeto de leitura acessível “Todas as pessoas têm direito a conhecer todas as histórias”, que ela associou a uma visão do direito à comunicação como um direito humano. “Sem garantir para todos o direito de ser comunicado e de comunicar, não há saída para o Brasil”, disse ela, para quem o MinC – em especial a Biblioteca Nacional – e o SNEL têm muito a avançar na acessibilidade dos livros. Quando a palavra foi aberta ao público, as questões versaram sobre temas como a população de pessoas com deficiência no país, exigências do MinC quanto à acessibilidade de produtos culturais e a recepção de crianças aos formatos acessíveis do livro “Sonhos do dia” (WVA), distribuído ao fim do evento.

MPF realiza debate sobre leitura acessível na Bienal do Livro 2015

O Ministério Público Federal (MPF), pelo Grupo de Trabalho “Inclusão para Pessoas com Deficiência” da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, aproveitará o maior evento literário do país, a Bienal do Livro, para incluir na agenda do mercado editorial uma discussão que ainda avança devagar no Brasil: o livro em formato acessível, útil para leitores com e sem deficiência. O debate Livro com acessibilidade: direito à leitura e pessoas com deficiência, será no dia 9 de setembro, às 18h30, no auditório Lapa (pavilhão Verde), no Riocentro (Av. Salvador Allende, 6555).

Esse evento pioneiro, aberto a leitores e profissionais do livro, reúne dirigentes de editoras, governo federal e entidades da sociedade civil, que trocarão ideias e experiências sobre esse desafio. O livro acessível é uma questão pendente na regulamentação da Política Nacional do Livro (Lei 10.753/2003), o que mantém as pessoas com deficiência em desvantagem quanto ao acesso à informação, perpetuando uma omissão na efetivação do pleno direito à leitura.

O MPF pretende, nesse debate, um diálogo com o governo, editoras e a sociedade civil, visando identificar os caminhos para solucionar essa omissão e concretizar a todos os cidadãos o direito de acesso à leitura, à luz da Lei Brasileira de Inclusão (art. 68 da Lei 13.146/2015).

O debate contará com a presença de Claudia Werneck (Escola de Gente: comunicação em inclusão); Naziberto Lopes (Movimento Pelo Livro e Leitura Acessíveis); além de representantes do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e do Ministério da Cultura (MinC).

Fonte: Assessoria de Comunicação e Informação – Asscoinf/PFDC

Simpósio Internacional sobre Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho”

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), por meio de seu Grupo de Trabalho Inclusão da Pessoa com Deficiência, convida para participação no”Simpósio Internacional sobre Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho”, a ser

realizado nos dias 24 e 25 de abril de 2014, em Brasília/DF.
O encontro reunirá especialistas e instituições públicas e da sociedade civil em uma oportunidade de diálogo acerca do acesso e dos mecanismos para assegurar a efetiva implementação deste direito.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site da Fundação Pedro Jorge.

 

Na expectativa de contar com sua valiosa contribuição,
Aurélio Virgílio Veiga Rios
Procurador Federal dos Direitos do Cidadão

 

PROGRAMAÇÃO

 

1º Dia – 24 de Abril

 

MANHÃ:
8h30 – CREDENCIAMENTO
9h às 9h30 – ABERTURA
Procurador-Geral da República, Procurador Federal dos Direitos do Cidadão, Procurador-Geral do Trabalho (MPT), Ministro do Trabalho e Emprego, Ministra da Secretaria de Direitos Humanos e Presidente do Conade e da Secretaria Nacional de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
9h30 às 11h – PALESTRA DE ABERTURA: A Inclusão Social das Pessoas com Deficiência.

• Rolando Villena Villegas – Defensor Del Pueblo da Bolivia
• Cláudia Werneck – representante da ONG Escola de Gente

11h às 12h – Painel 1: Reserva de vagas para pessoas com deficiência em concursos públicos. Estudos de casos e análise da jurisprudência.
Palestrantes:
• Ricardo Tadeu Fonseca, Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná
• Eugênia Augusta Gonzaga – Procuradora Regional da República da 3ª Região
Mediador: Analucia Hartmann – membro do GT Inclusão/PFDC, Procuradora da República
Relator: Felipe Fritz – membro do GT Inclusão/PFDC, Procurador da República
12h às 12h30 – Debate
12h30 às 14h – Almoço

 

TARDE:
14h às 15h – Painel 2: Cumprimento das cotas destinadas a pessoas com deficiência nas empresas (aplicação da Lei n. 8.213/91). Definição de estratégias de atuação.
Palestrantes:
Patrícia Siqueira Silveira – Coordenadora Regional do Projeto de Fiscalização para a Inserção de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho do Estado de Minas Gerais e Auditora-Fiscal do Trabalho
Tereza Costa, representante do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Mediador: Renata Coelho Vieira – membro do Ministério Público do Trabalho,
Procuradora do Trabalho
Relator: Júlio Schwonke –membro do GT Inclusão/PFDC , Procurador da República
15h às 15h30 – Debate
15h30 hs às 15h45 – Intervalo
15h45 às 16h45 – Painel 3: Acessibilidade em exames e concursos públicos.
Palestrantes:
• Representante do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP/Enem (a confirmar)
• Representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – SDH/PR (a confirmar)
Mediador: Peterson Pereira, membro do MPF, Procurador da República (a confirmar)
Relator: Marcia Morgado – membro do GT Inclusão/PFDC, Procuradora Regional da República
16h45 às 17h15 – Debate
17h15 – Coquetel e apresentação cultural: Grupo de Choro

 

2º DIA | 25 DE ABRIL

 

MANHÃ:
9h às 10h – Painel 4: A pessoa com deficiência no ambiente de trabalho
Palestrantes:
• Deise Fernandes, representante da sociedade civil
• Ana Lúcia Monteiro, representante
da Organização Internacional do Trabalho – OIT
(a confirmar)
• Suzana Dalet , consultora da área de Gestão de Acessibilidade da SDH,
Mediador: Cláudio Drewes, membro do GT Inclusão/PFDC, Procurador da República
Relator: Fabiano de Moraes, membro do GT Inclusão/PFDC, Procurador da República
10h às 10h30 – Debates
10h30 às 12h30 – Formação de grupos de trabalho, sob a
coordenação de cada relator, e debates dos seguintes pontos:
Grupo I – Reserva de vagas em concursos públicos
Grupo II – Cotas em empresas
Grupo III – Acessibilidade em exames e concursos públicos.
Grupo IV – A pessoa com deficiência no ambiente de trabalho.
12h30 às 14h – Almoço
TARDE:
14h às 16h – Plenária
Coordenação: Analucia Hartmann – Procuradora da República
14h às 15h – Apresentação das propostas dos grupos
(15 minutos para cada)
15h às 16h – Consolidação dos trabalhos
16h – Encerramento

 

Fonte: PFDC – Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão

Fininvest é condenada por dano moral coletivo e tem de contratar deficientes em todo o país

A Fininvest Negócios de Varejo S.A. foi condenada a pagar indenização por dano moral coletivo por não cumprir a lei que determina o preenchimento de parte de seu quadro de empregados com pessoas com deficiência. Além disso, terá de se adequar à regra e preencher a cota para deficientes em todos os seus estabelecimentos espalhados pelo Brasil. A empresa recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho contra a condenação, mas a Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve a decisão de forma unânime.
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PGR quer suspender concursos para a PF sem previsão de vagas para deficientes

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ajuizou reclamação, no Supremo Tribunal Federal, em que pede a suspensão de concursos públicos para o provimento de vagas nos cargos de escrivão, perito criminal e delegado de Polícia Federal, cujos editais (números 9/2012, 10/2012 e 11/2012) — publicados em junho último — não incluem percentuais para “pessoas portadoras de necessidades especiais”.
O chefe do Ministério Público alega que a União descumpriu entendimento do STF, em decisão de março deste ano proferida pela ministra Cármen Lúcia, nos autos de um recurso extraordinário (RE 676335).
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Escolas não poderão mais cobrar taxa extra aos pais de alunos especiais

Série de reportagens publicadas pelo Correio faz com que o Ministério Público acabe com a cobrança adicional feita pelas escolas particulares aos pais de alunos especiais

As escolas particulares do Distrito Federal receberam uma recomendação do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) para deixarem de cobrar taxas extras de estudantes especiais, como os portadores da síndrome de Down. A sugestão foi feita pelas Promotorias de Defesa da Educação (Proeduc) no último dia 22.
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Acessibilidade às pessoas com deficiência nas eleições 2010

Em atenção à proteção e garantia dos direitos do cidadão, o Procurador Regional Eleitoral Pedro Barbosa Pereira Neto remeteu à Procuradoria Federal dos Direitos dos Cidadão (PFDC/MPF) expediente informando sobre a acessibilidade das urnas eleitorais no pleito de 2010 às pessoas com deficiência.

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O Procedimento Administrativo instaurado na PRE  refere-se à solicitação de providências quanto à acessibilidade de todas as urnas eleitorais nas eleições de 2010 às pessoas com deficiência visual.
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Procuradora da República aponta inovações trazidas pela Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência

A Procuradora da República do Ministério Público Federal do Estado de São Paulo, Eugênia Fávero, palestrou na última terça-feira (21) – Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência – para funcionários da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) e convidados sobre as inovações trazidas pela Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. O documento foi assinado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e aprovado pelo Congresso Nacional brasileiro em 2008, tomando valor de emenda constitucional. Também participou do evento, o sociólogo e coordenador do Programa Serasa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência, João Batista Ribas.

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